Convento da Penha

Fundado em 1558 por Frei Pedro Palácios, o convento se transformou num símbolo de fé, cultura e identidade capixaba.
Situado a 154 metros de altitude, o convento oferece uma vista privilegiada sobre as cidades de Vitória e Vila Velha e o verde remanescente da Mata Atlântica pode ser avistado de vários pontos da região.
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História e Fundação
Em plena era das navegações e da colonização, Frei Pedro Palácios, um devoto franciscano, fundou o convento em 1558. Inicialmente concebido como um modesto santuário, o local foi se expandindo com reformas e ampliações que acompanham a evolução espiritual e social da região.
Cada pedra e cada parede guardam segredos e memórias de uma fé inabalável, testemunhando a trajetória de um Brasil em construção.
Entre seus tesouros destaca-se a “Sala dos Milagres”, inaugurada em 1952, onde fiéis deixam depoimentos, orações e objetos que simbolizam experiências de fé e transformação.
A Ladeira da Penitência
Também conhecida como Estrada das Sete Alegrias de Nossa Senhora, esta via sinuosa, pavimentada com a tradicional pedra sabão, tem sido o caminho dos peregrinos por gerações. Cada curva revela um momento sagrado, representando as alegrias da Virgem:
Mistérios e Curiosidades
Como Chegar
O acesso ao Convento da Penha começa pelo Campinho, de onde se tem uma bela vista antes da subida final de 365 degraus até o santuário. Para chegar ao Campinho, é possível subir a pé pela Ladeira da Penitência, um percurso de 457 metros cercado pela mata ou pela via pavimentada para veículos, outa possibilidade é utilizar o serviço de vans disponível na portaria do Convento. Durante a semana, também é permitido subir de carro ou Uber e estacionar no Campinho, mas nos finais de semana e feriados, o acesso de veículos particulares é restrito. Nesses dias, além das vans, os visitantes podem optar pelo Trenzinho das Alegrias, uma alternativa temática para completar o trajeto até o topo.
Capelinha de São Francisco
Construída entre 1558 e 1562, a capelinha apresenta um telhado colonial e um altar modesto, dedicado a São Francisco de Assis. Este espaço íntimo abriga relatos emocionantes, como o de Frei Pedro Palácios, cuja presença se eterniza após seus últimos momentos ali vividos.
Personalidades Históricas

Frei Pedro Palácios (1500-1570)
Frei Pedro Palácios foi um franciscano espanhol que, em 1558, fundou o Convento da Penha, um dos maiores símbolos de fé no Espírito Santo. Inicialmente, viveu como eremita e dedicou-se a evangelizar os indígenas e colonos, usando seu zelo pela fé para transformar a vida religiosa da região. Apesar de não ser sacerdote, ajudou a consolidar a devoção à Nossa Senhora da Penha, ajudando a aumentar a importância do convento para a comunidade local, que passou a buscar ali proteção e fortaleza espiritual.

Dom Pedro II (1825–1891)
Dom Pedro II, imperador do Brasil de 1831 a 1889, deixou uma marca profunda na história do Espírito Santo com sua visita em 1860. Durante sua passagem pela região, ficou impressionado com a tranquilidade do Convento da Penha e o estilo de vida simples e religioso dos capixabas. Conhecido pelo seu interesse pela cultura, foi um defensor do desenvolvimento e da cultura regional, reconhecendo a importância do patrimônio histórico e espiritual do estado.

Dom Luiz Scortegagna (1881–1951)
Dom Luiz Scortegagna foi um bispo católico cuja trajetória marcou profundamente a história religiosa do Espírito Santo. Nascido na Itália em 1881, imigrou ainda criança para o Brasil, onde iniciou sua formação sacerdotal. Ordenado padre em 1908, destacou-se como pároco e líder religioso no Rio Grande do Sul antes de ser nomeado Bispo Coadjutor do Espírito Santo em 1932. Ao assumir a diocese no mesmo ano, dedicou-se à expansão da vida religiosa e ao fortalecimento das obras apostólicas, deixando um legado de zelo pastoral e compromisso com a comunidade católica.
Marcos Históricos no Espírito Santo
A colonização do Espírito Santo não ocorreu sem resistência. Os indígenas locais, principalmente os Tupiniquins e Aimorés, lutaram contra a ocupação portuguesa, resultando em confrontos constantes. O convento, sendo um símbolo do domínio religioso e europeu, tornou-se um local de refúgio e resistência para os colonos. Muitos moradores da região subiam ao morro em busca de proteção durante os períodos de maior tensão. A presença de religiosos como Frei Pedro Palácios e os jesuítas ajudou a intermediar relações entre colonos e indígenas, promovendo a catequese e buscando evitar confrontos, ainda que a conversão forçada tenha sido uma prática comum na época.
Embora o Convento da Penha tenha sido fundado pelo franciscano Frei Pedro Palácios em 1558, sua missão estava alinhada com a visão dos jesuítas: catequizar, evangelizar e consolidar a presença cristã no Brasil. José de Anchieta menciona Frei Pedro Palácios em seus escritos, indicando que os dois compartilhavam do mesmo propósito evangelizador. Anchieta, que era jesuíta, reconhecia a importância da obra do franciscano na propagação da fé.
No século XVI, episódios marcantes fortaleceram a devoção a Nossa Senhora da Penha, transformando o santuário num símbolo de fé e proteção para os navegadores e colonizadores.
Ao longo da história, o Convento da Penha serviu como refúgio em diferentes momentos. Durante o período colonial, foi um local de proteção para missionários e fiéis diante de conflitos entre indígenas e colonizadores. No século XIX, em meio a crises políticas e perseguições religiosas, o convento continuou sendo um ponto de segurança e abrigo para religiosos. Seu isolamento no alto do morro contribuiu para que fosse um espaço de contemplação e, em tempos de instabilidade, um refúgio espiritual e físico.